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  • Disney Tem Prejuízo De R$ 2,2 Bilhões


  • O principal desafio, de acordo com especialistas, é a "crise de criatividade" na produção de conteúdo

A Disney está enfrentando tempos turbulentos em seu mundo mágico. O balanço corporativo do segundo trimestre divulgado pela empresa revelou um prejuízo de US$ 460 milhões (ou mais de R$ 2,2 bilhões na taxa de câmbio atual) entre abril e junho.

O principal desafio, de acordo com especialistas, é a "crise de criatividade" na produção de conteúdo. A estratégia de lançar remakes de filmes clássicos e sequências não tem gerado as bilheterias expressivas esperadas, enquanto a base de assinantes do streaming Disney+ está diminuindo – quase 12 milhões de assinantes a menos do primeiro para o segundo trimestre deste ano.

O presidente da empresa, Bob Iger, expressou confiança na trajetória de longo prazo da Disney, apesar dos desafios atuais. Para reverter a situação, a empresa está considerando elevar os preços das assinaturas do Disney+ nos EUA e cobrar taxas maiores pelo compartilhamento de telas, em linha com a abordagem da Netflix.

Essas medidas fazem parte de uma correção de curso liderada por Iger, que retornou ao comando da empresa após dois anos. Agora, o foco é no lucro, deixando o crescimento em segundo plano por enquanto.

Streaming Não Gera Lucratividade

Disney tem prejuízo bilionário e planeja demissões — Foto: reprodução

Apesar de o serviço de streaming Disney+ ter gerado receita através das assinaturas, sua lucratividade tem sido limitada. A plataforma começou com mensalidades mais baixas e parcerias para atrair assinantes, mas sua base diminuiu nos últimos trimestres devido ao fim das parcerias e concorrência acirrada.

No entanto, a queda de assinantes não é o único fator para a baixa lucratividade e o prejuízo observado. A Disney gastou muito em conteúdos que não tiveram o retorno esperado. A falta de grandes lançamentos nos últimos meses e a revisitação de filmes antigos também contribuíram para a situação.

As expectativas não foram atendidas, como no caso do remake de "A Pequena Sereia" e a sequência "Indiana Jones e a Relíquia do Destino". Esses altos gastos, somados às receitas das assinaturas do streaming, não foram suficientes para evitar o prejuízo da empresa.

O filme 'Elementos' teve uma das piores estreias da Disney — Foto: reprodução

Ações Da Disney Não Caíram

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos conteúdos que não tiveram o impacto desejado junto ao público e acionistas, o mercado continua mantendo confiança na Disney. Isso pode ser observado pelo desempenho de suas ações, que ainda apresentam um desempenho positivo em 2023, com um aumento de cerca de 3% até o momento.

Essa confiança tem uma figura central: Bob Iger. Ele já foi presidente da Disney entre 2005 e 2020, e é amplamente reconhecido pelos especialistas por sua gestão competente. A sua volta ao comando da companhia foi recebida positivamente pelo mercado, visto que ele é considerado um líder capaz de guiar a empresa por desafios e períodos complicados.

"A empresa não irá mudar o seu modelo de negócios. A máquina da Disney é a mesma por décadas: produção de conteúdo e todo um ecossistema que gira em torno disso como parques, produtos, licenciamentos, cinemas e, mais recentemente, streaming. A volta do CEO Bob Iger foi vista como um ajuste de rota para otimizar esse modelo", comenta Gitz, da XP.